Um dia desses vi-me percorrendo o leito pedregoso
de um rio. Vez por outra uma pedra pontiaguda me surpreendia, machucando e
ferindo meus pés.
Já andava há algum tempo quando uma pedra chamou-me
a atenção. Nela não havia algo de extraordinário, apenas a sua forma
arredondada. Apanhei-a e coloquei-a na palma da mão. Nesse instante senti que
alguma coisa ferira o meu pé direito. Abaixei-me e retirei. Era uma pedra
abarrotada de estruturas cortantes. Junte-a à outra, e continuei o caminho.
Observando as duas pedras na mão, veio-me um
questionamento: “Por que a primeira era tão lisinha e a outra tão cortante, se
estavam no leito do mesmo rio”?
A resposta me veio ao olhar para as pessoas.
Observe que as mais doces foram “adocicadas” pelo acolhimento das provações e tribulações;
enquanto que as mais amargas amargam a revolta da inaceitação, e por isso
cortam, ferem, machucam.
Enquanto o rio de sua vida não for atingido pelas
enchentes devastadoras, aproveite e retire as pedras cortantes de seu coração.
Elas apenas produzem dor.
Antonio Luiz Macêdo
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