ENFRENTAR A VIDA - LIVRE E DE PEITO ABERTO - DEVE SER A META DE TODOS NÓS CRISTÃOS. (O Aprendiz)







quinta-feira, 30 de junho de 2016

A raiz do sofrimento



“Se Deus é amor, por que é que ele permite tanto sofrimento no mundo?”

Tenho certeza que você já fez, e já se fez esta pergunta. É o tipo de questão que incomoda profundamente, porquanto não existe outra explicação a não ser aquela que advém da fé.

Fomos criados livres e, enquanto livres, podemos fazer nossas escolhas. Desde o princípio, o Senhor nos quis inteiramente para si. Para tanto, nos criou à sua imagem e semelhança. Permitiu-nos tudo, com apenas uma reserva: OUVIR A SUA VOZ. Preferimos, no entanto, a voz do atalho, da mentira e da morte. A voz sedutora que nos roubou a proximidade da Eterna Presença. Longe de Deus, o que poderíamos esperar?

Se você ainda não se convenceu que a raiz do sofrimento está em você e em cada um de nós, a Palavra de Deus - fonte perene de verdade e de vida – retirará a venda do seu coração. “Pois o mal não sai do pó, e o sofrimento não brota da terra. É o homem quem causa o sofrimento, como as faíscas voam no ar.” (Jó 5,6-7)

De agora em diante pense dez vezes antes de perguntar: por que Deus permite tanto sofrimento? É uma questão de justiça tomar outro direcionamento e se perguntar: por que e para que eu causo tanto sofrimento? E aí você compreenderá.

Antonio Luiz Macêdo

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Catadores do sustento e catadores do nojento



Cada vez mais as cidades apinham-se deles. ‘Carros’ improvisados ‘puxados’ por seres humanos, abarrotados de lixo reciclável, fonte de vida de onde tiram o seu sustento cotidiano. Ao vê-los, muitas vezes famintos, subindo e descendo ladeiras, desprendendo restos de forças buscadas não se sabe onde, dá uma dor no coração.

Há outros, porém, que desfilam em carro importado, não se importando de que maneira foi adquirido. Barriga cheia e consciência vazia de valores essenciais, alimentam-se preponderantemente dos lixos da pornografia, do adultério e da insensatez. Seus olhos são famintos de desejos sórdidos.

Entre esses dois tipos de catadores, de  qual lado você ficaria? Penso que a sua resposta será obvia.

Tirar do lixo o sustento e tirar do lixo o nojento, causam em nós certa dor. No primeiro caso pela injustiça social, pelo nosso egoísmo, pela nossa incapacidade de abrir o coração para partilhar. No segundo caso, pela total ausência de moral que desnorteia a vida e as atitudes dos autossuficientes.

Rezo por ambos, e fico com os primeiros. Sei que eles não ‘tiram água da pedra’, mas que são uma rocha, são.

Antonio Luiz Macêdo

terça-feira, 28 de junho de 2016

“Toma lá... Dá cá”



Esse é um pensamento que toma ares de atitude corriqueira. Na grande maioria das pessoas, o relacionamento não passa de mercadoria de troca. É um fundamento relacional anti-cristão que se alastra cada vez mais dentro dos contra-valores do mundo.

A lógica de Jesus é bem outra. Ele nos ensina enfaticamente no Evangelho que o “toma lá” é a parte que compete a cada um de nós; mas o “dá cá...” Só pertence a Ele.

É simples de entender: temos nada, tudo é Dele. Portanto, não é o outro que me dá – por isso não posso exigir a troca. “Daí de graça o que de graça recebeste”, torna-se o alicerce onde devemos edificar os nossos relacionamentos.

E quando esse tipo de erva daninha começa, sorrateiramente, a lançar raízes  dentro do matrimônio, é necessário que o casal esteja vigilante para não cair em tentação. Nessa momento propício aí se encontra velado o ‘decaído’, esperando pacientemente o instante adequado para colocar a sua armadilha. Não foi assim que ele agiu com Jesus no deserto? Cuidado! O deserto do casal não pode estar desertificado; se assim não for, vocês correm sério risco. Dar-se um ao outro é muito mais profundo do que “toma lá”. Portanto, amar é doar-se até doer.

Antonio Luiz Macêdo

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Eu escolho... Tu escolhes...



É assim! A vida é construída através das escolhas que fazemos. Algumas vezes escolhas certas, outras equivocadas e, infelizmente, muitas erradas. Tudo isso fruto de uma liberdade que ainda não aprendemos a ‘domesticar’, visto que apresenta uma zona inconsciente e uma zona cega. E aí, sem rédeas e sem razão, constrói a vida irresponsavelmente.

A constatação é simples. Por que nos alimentamos tão mau, sabendo que ficaremos doentes? Por que dirigir alcoolizado se os reflexos são reduzidos drasticamente? Por que manter-se desatento ao atravessar a avenida movimentada?

São riscos provenientes de uma vontade indisciplinada e ‘enlouquecida’ que nos impõe a cada instante esse direcionamento. O que fazer ou o que não fazer?

A mudança de atitude é condição ‘sine qua non’ pra uma virada de mesa. Soltar as rédeas da vontade, à vontade, é o oposto que favorece imensamente o equívoco das escolhas.

Escolher bem é uma questão de aprendizado, é uma questão de escolha.

Antonio Luiz Macêdo



domingo, 26 de junho de 2016

Chorando o leite derramado



Vale a pena chorar o leite derramado? Entendendo-se esta expressão como o lamento por alguma atitude impensada, vale a pena, desde que cumpra três fatores.

Chorar não significa nada se aquele pranto é incapaz de lavar e purificar o sentimento de culpa. Ele se torna um remédio eficaz e salutar, quando coadjuvado pelo arrependimento e pelo propósito de não mais cometer aquela atitude.

O leite derramado deixa mancha de sujeira grudenta. Se a mancha não for removida em pouco tempo, mais ela impregna o chão.
O pedido de perdão é o removente indispensável da mancha causada pelo leite que você derramou. Sem ele é impossível a mancha desgrudar.

Aprender a refrear os impulsos, lembrando ‘dos leites derramados’ que passaram, é um exercício que produz muitos frutos.

Depois disso, procure não mais ‘derramar o leite’, porquanto o prejuízo maior é debitado na conta de sua consciência.

Antonio Luiz Macêdo

sábado, 25 de junho de 2016

O medo da morte



“Existe uma oração contra o medo da morte?” Claro que existe; e é uma oração poderosíssima. Quer saber um pouco sobre ela?!

Nela o Anjo Gabriel é mensageiro de Deus, ou seja: ele fala o que ouviu do próprio Deus. ‘Ave-Maria cheia de graça o Senhor é convosco’.

Isabel é a porta-voz do Espírito Santo, ou seja: o Espírito de Deus fala pela sua boca. Ele bendisse a Maria e a Jesus: ‘Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre.’

A Igreja fundada por Jesus Cristo – à qual pertencemos e somos - proclama: ‘Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém’.

Em cada Ave-Maria você pede a Nossa Senhora que interceda a Deus por você, agora e na hora de sua morte. Em cada terço rezado você suplica 53 vezes. Eu pergunto: pra que ter medo da morte se Maria está rogando por você agora?

Uma dica pra esse medo sair de vez: reze pelo menos uma Ave-Maria por dia. Nesse caso o medo sai devagarinho porque você só pede uma vez. Rezando terços... É vapt, vupt.

Antonio Luiz Macêdo

sexta-feira, 24 de junho de 2016

“Água mole em pedra dura...”



Esta frase faz-nos meditar sobre a virtude que nos leva à vitória e, com certeza, à salvação. Que virtude é esta?

Interessante a imagem que ela nos evoca. Uma gota de água batendo sempre no mesmo lugar. Não interessa quanto tempo; o que conta é que um dia o buraquinho estará lá.

Que virtude é essa? Garanto que nem todos a têm, e dos que a possuem, poucos a vivenciam. Descobriu? Se analisarmos bem, ela apresenta como conteúdo pleno, as virtudes teologais: fé, esperança e amor. É assim mesmo. Nas pessoas dotadas de perseverança, a fé convence; a esperança impulsiona; e o amor realiza.

Não esmoreça! Recomece! Agora é a hora. Está sem vontade de ir à missa? Vá. Está sem saco pra rezar? Reze. O terço dá sono? Reze cochilando. Não entende a Bíblia? Leia sem entender. Sabe por quê? ‘Aquele que perseverar até o fim será salvo’.

Antonio Luiz Macêdo

quinta-feira, 23 de junho de 2016

“Em terra de sapo...”



Você seria capaz de completar o que está no título? Digo apenas que se trata de um adágio nocivo, malévolo, pessimista e excludente.

Preocupa-me esse tipo de frase consagrada pelo povo, porque de tanto repetir, automatiza-se e perde-se o senso crítico. Esta, particularmente, é incentivadora de más tendências, confirmando outra que diz: ‘O homem é produto do meio’.

Em terra de sapo... De cócoras com ele. Incentivo maquiavélico. Nas entrelinhas quer dizer assim: Em terra de bandidos, bandido com eles; em terra de drogados, drogado com eles; em terra de prostitutas, prostituta com elas; em terra de corruptos, corrupto com eles; em terra de sonegadores, sonegador com eles.

Quando São Paulo fala ‘fiz-me fraco com os fracos, para ganhar os fracos; ou, fiz-me forte com os fortes, para ganhá-los’, parece-nos uma atitude semelhante à atitude da ‘em casa de sapo...’ Mas a intenção de Paulo é que se cumpra nele o mandado de Jesus, ‘que brilhe a vossa luz diante dos homens...’ A intenção faz a grande diferença.

Todas as vezes que você verbalizar esse adágio, modifique-o, para que as pessoas, não assimilem o incentivo pernicioso em seus corações. Que tal dizer dessa forma: “Em terra de sapo... eu permaneço em pé”. Lembrando que ‘uma alma que se eleva, eleva o mundo’.

Antonio Luiz Macêdo

quarta-feira, 22 de junho de 2016

“Eu nasci assim, vou morrer assim!”



Meus sinceros pêsames a você, por você mesmo, e pela sua maneira derrotada de pensar. Lamento dizer que assim sendo, você não passa de uma marionete manipulada pelo fatalismo funesto que alimenta sua alma.

Saiba que dentro de você dormita a liberdade – depois da vida, o maior dom. Liberdade esta intocável pelo próprio Deus que, mesmo onipotente, não pode jamais tocá-la.

Sabe o que lhe falta? Conscientizar-se do seu valor como filha, como filho de Deus. Reconhecer-se imagem e semelhança de Deus – Criador do Universo e seu Criador. Deus que ama você apaixonadamente, pois tem o seu “nome gravado na palma de sua mão”. Esse Deus tem a força da qual você necessita para mudar esse seu jeito de ser e de pensar: o Espírito Santo – ‘a Força do Alto’. Portanto, deixe-se possuir por ele. Ele dinamiza o estático, o paralisado, o manipulado. Ele dinamiza você.

O Espírito Santo quer dar a você o verdadeiro sentido da vida. Quando você diz ‘eu nasci assim, vou morrer assim’, saiba que ainda está morto. Pelo Espírito, o que está morto, inerte, ganha vida nova, ganha vida plena. E aí tudo muda. O que parecia definitivamente imutável transforma-se. Até o que era tido como certo se convence do errado, e agora pode dizer convicto: “Eu nasci assim... Posso mudar, sim!”

Antonio Luiz Macêdo

terça-feira, 21 de junho de 2016

Perder para ganhar



Somente o amor pode nos fazer compreender esta afirmativa; porquanto somente ele é capaz de nos fazer ver o outro, cegando-nos para nós mesmos.

Dentro do relacionamento conjugal, o binômio perde-ganha é fator fundante, imprescindível e inquestionável.

Quando pontos de vista antagônicos permeiam o diálogo, e um dos dois finca pé no que tem como verdade e o outro não dá o braço a torcer, é hora de aplicar a metodologia mágica do perde-ganha. É simples e de uma eficácia maravilhosa.

No momento de uma discussão os dois sempre querem ganhar. E como se ganha verdadeiramente? Um dos dois renuncia ao seu argumento e cala. E aí a vitória é de ambos.

Perdedores serão os dois se alguém não ceder. Perdedores da paz, da alegria, do sorriso, do bom humor, da harmonia.

Preste atenção! No amor conjugal é o ‘perdedor’ que ganha; é o ‘vencedor’ que perde. Se você optar pela perda, bendito seja o Senhor. Se não, matricule-se imediatamente na escola do seu cônjuge, e o tenha como seu mestre efetivo. Esforce-se para aprender. Aqui não vale prova de recuperação.

Antonio Luiz Macêdo

segunda-feira, 20 de junho de 2016

“Deus esqueceu de mim”



Esteja sempre alerta para nunca mais repetir essa frase. Esforce-se a fim de bani-la do seu vocabulário. É sério. Não estou brincando. Trata-se de algo descabido e ao mesmo tempo injusto, em relação ao nosso Deus.

Você esqueceria de amamentar o seu filho que está chorando com fome? E você pai, esqueceria de cuidar da sua filhinha que treme de febre e geme de dor? Certamente não. Não esqueceria.

Abra a janela do seu quarto. Contemple o horizonte. O sol brilha, os pássaros voam, as árvores balançam, os ninhos ganham vida, as flores perfumem, os frutos amadurecem. E a noite?! As estrelas, a lua, os vaga-lumes, o silêncio, a brisa, o sono, a madrugada... Tudo isso, e muito mais, Deus criou para você. Sim, para você. E por que ainda duvida do seu amor? Se Ele não esquece de um pardal ou de um jasmim, por que esqueceria de você, obra prima de suas mãos?

Deus tem todo o tempo para você. Nesse momento em que você está lendo o ‘conta-gotas’, Ele está lendo com você. O que acontece, é que quando a gente não tem tempo para Deus, dá a impressão de que Ele esqueceu da gente. Mas Ele não pode esquecer. Nesse caso, a sua memória é só de lembrar.

Por conseguinte, Deus não esqueceu de você; você é que esqueceu de Deus.

Antonio Luiz Macêdo

domingo, 19 de junho de 2016

“Eu não aguento mais!...”



Desconheço a situação pela qual você está passando, e também o tempo de duração. Sei, no entanto, que quando alguém se expressa assim, a situação já vem se arrastando por muito tempo.

Sei também que essa é uma expressão que beira as raias do desespero; e ao perder-se a esperança, perde-se da mesma forma a capacidade de vislumbrar uma solução.

É a Palavra do Senhor que vem em nosso socorro nessas horas de extremada tribulação: “Sofre as demoras de Deus” – diz o Eclesiástico 2. Gosto de dizer de outra forma: “Acolhe as demoras de Deus”. Medita no teu coração o sentido dessas demoras. Deus é Pai. É um Paizão. E Ele sabe, não o porquê, mas o para quê.

Nada de desesperar-se. Nada de blasfêmias. Nada de desassossego. ELE está cuidando de você. À noite você não vê o sol. Isso não significa que ele não aqueça a terra. Assim é Deus. Você não o vê; mas nos momentos mais doídos Ele se faz mais próximo de nós do que nós mesmos.

Acolher as demoras de Deus é confiar na sua misericórdia. É antevê agora o que com certeza virá depois, no tempo que Ele determinar, no seu tempo.

Em virtude de tudo isso, troque o seu “eu não aguento mais”, por “eu acolho as demoras de Deus”. E certamente Ele lhe dará forças para suportar essas demoras, mesmo que elas demorem demais.

Antonio Luiz Macêdo

sábado, 18 de junho de 2016

“Eu sou livre pra fazer o que quiser!”



 Se você tem como liberdade essa maneira de pensar e de agir, lamento informar que tudo isso não passa de uma escravidão estreita e mesquinha.

A liberdade está condicionada e submetida à uma vontade superior, e não aos ‘instintos de vontade’ que a carne nos oferece.

Ser livre é desvencilhar-se desses grilhões que matam a alma. Libertar-se dos prazeres do mundo, das paixões descabidas e de instintos malévolos, eis o verdadeiro sentido da liberdade.

Sou livre quando faço aquilo que convém, e não quando faço tudo o que me é permitido fazer. Nesse caso, a liberdade dá lugar à libertinagem, e eu não passo de um mísero libertino.

Portanto, você não é livre para realizar o que quiser, mas apenas um escravo dos contra-valores daqui.

Você estará plenamente livre quando a sua vontade prender-se à vontade de Deus. Aí, deixando-se aprisionar pelo Senhor, você experimentará a verdadeira liberdade dos filho de Deus.

Antonio Luiz Macêdo

sexta-feira, 17 de junho de 2016

"Se eu me cansar...”



Às vezes, falando para o Senhor, eu coloco assim: ‘Jesus, se eu cansar...’. E sinto que Ele faz questão que nominalize os meus possíveis cansaços. Então faço a sua vontade.

SENHOR...
Se eu me cansar das provações, do sofrimento, da caminhada; se o peso do dia a dia envergar minha alma; se as preocupações me agrilhoarem; se o medo me acorrentar e me tornar seu escravo; se a vida perder o sentido, por constatar a ausência de tua presença nos corações dos homens; se a amargura, a mágoa e o ressentimento, petrificarem o meu coração; se o desânimo me envolver em sua armadilha atroz; se o futuro se desenhar para mim como uma barreira intransponível, e as sombras do passado alimentarem com o joio o meu presente estático... E aí Senhor?

‘Vinde a mim! Eu sou o descanso para todos os teus cansaços. As provações, o  sofrimento e as tuas dores; teus medos e inseguranças; o desânimo, a amargura e o ressentimento, eu os assumi na Cruz. O teu passado está no meu coração; o teu futuro encontra-se em minhas mãos. Por que dizes ‘se eu me cansar’? Eu sou o teu refúgio, a tua força, o teu alento. Mas se tu te cansares... Vem descansar em Mim.

Antonio Luiz Macêdo

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Acolher sem escolher



Conheço uma pessoa que encarnou desde o ventre materno o Ministério do Acolhimento. A sua atenção para com o próximo me deixa lisonjeado e reflexivo. Abraço, sorriso, palavras amáveis, são os seus ingredientes mais utilizados. Alegre, delicada, sempre atenta às necessidades dos outros, esquece-se de si mesma, para se derramar em misericórdia nos corações aflitos e angustiados.

Estou em sua escola há trinta e cinco anos, e ainda não aprendi o seu ensinamento vivencial. Corações de pedra são incapazes de absorver tais ensinamentos. Mas eu persisto em contemplá-la, porque esse mesmo coração ainda nutre a esperança de que ‘água mole em pedra dura, tanto bate até que fura’.

E o mais bonito é que ela não espera que a procurem, mas se disponibiliza e vai ao encontro de quem está necessitado. A acepção de pessoas nunca teve guarida em seu coração. É a pequena grande.

Um dia – quem sabe? – eu chego lá. Que o Espírito Santo me ajude a ser o aluno que Deus quer, e ela sonha. E também eu acolha sem escolher.

Antonio Luiz Macêdo

quarta-feira, 15 de junho de 2016

As mentirinhas de todo dia



 “É só uma mentirinha de nada!” – disse-me um amigo. Então eu frisei: “Se você somá-las o dia todo...”

Temos uma tendência muito grande a dizer inverdades. Parece-me que essa tendência está arraigada dentro de nós. Constitui uma tática utilizada para nos livrar das pessoas.

“Ele não pode atender agora. Passe depois” (estava vendo televisão). “Se você tivesse chegado um minuto antes...” (não ia nem sair). “Aguarde um pouco enquanto eu vou olhar se ela está” (na cozinha ele tomava um suco). “Desculpe! Mas eu peguei um engarrafamento...’”
(chegou atrasado porque já saiu de casa atrasado). E assim vai.

No dia em que acontecer o que nós presenciamos... Aí a coisa pega.
Fazíamos uma visita a um casal amigo quando o telefone toca, e o garotinho de quatro anos atende e diz: “Peraí”. Aproximou-se do pai e falou: “Pai, é pra você”. “Psiu! Diz que o papai não está’. De volta, tomando o telefone, o garotinho obedeceu: “O papai tá dizendo que não está”.

As mentirinhas, por menores e inocentes que sejam, são perniciosas e maléficas. Pra que mentir? Jesus é a Verdade.

Antonio Luiz Macêdo

terça-feira, 14 de junho de 2016

O brilho que vem de fora



Nesse tempo mágico em que o colorido das vitrines e as luzes da cidade nos ofuscam os olhos; em que as embalagens dos presentes escondem o essencial; tempo de festa, de alegria, de encanto, faz-se necessário que fiquemos atentos ao que acontece dentro de nós.

O brilho que vem de fora não pode ofuscar o brilho de dentro. Precisamos nos preparar interiormente para transfigurarmos as luzes e o brilho desse tempo.

A superficialidade exteriorizada chama a atenção dos olhos, mas não deve iludir o coração.

Belém, o presépio e a manjedoura estão dentro de nós. Jesus quer nascer. Quer fazer morada no meu, no teu, em nossos corações. Vem como luz para dissipar as trevas e iluminar a alma. Vem para brilhar e nos fazer seu brilho. “Que brilhe, portanto, a nossa luz diante dos homens.” Luz que incandesce e ofusca as outras luzes do natal.

Antonio Luiz Macêdo

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A síndrome do “mas...”



Quando Jesus nos diz em sua Palavra que seremos medidos com a mesma medida que nós medimos os outros, parece que essa promessa do Senhor não tem grande repercussão no nosso dia a dia. Continuamos julgadores implacáveis.

É só prestarmos um pouco mais de atenção às nossas conversas e papos. Até os nossos elogios são permeados de julgamento. Vejamos:
‘Sim, eu conheço Lea. É uma pessoa maravilhosa. Mas...’
‘André? Aquele cara que se for preciso dá a própria roupa do corpo? Ele é o cara. Mas...’
‘Eu conversei com ele ontem. Pense num homem educado! Dá gosto conversar com ele. Delicado, fino, cavalheiro... Mas...’

Já aconteceu isso com você? É uma síndrome terrível! É a síndrome que o “Intruso” gosta.

Precisamos assimilar em nossos corações as palavras iniciais desse ‘conta-gotas’. De tanto emitirmos julgamentos, a nossa consciência embotou-se, anestesiou-se, e nos trouxe o hábito da insensibilidade. É hora de revermos nossas atitudes e nossas palavras. A língua destrói e mata. Qual o remédio? Tiago 3, irmãos e irmãs..

Antonio Luiz Macêdo

domingo, 12 de junho de 2016

O olhar de garimpeiro

Se cada um de nós fosse possuidor deste tipo de olhar, como tudo seria diferente!

Infelizmente, na maioria das vezes, olhamos os nossos irmãos com o olhar de urubu. Um olhar que vê apenas a aparência, o que está destruído, o que é podre. Vê a superficialidade, não se aprofunda, não se detém. É olhar de morte.

O garimpeiro, no entanto, tem um olhar diferenciado. É um tipo de olhar que burla toda e qualquer aparência, e mergulha profundamente na alma do outro. Afasta todo o cascalho e a sujeira, para ver o que está alem. E assim, descobre o diamante mais belo, e a pepita mais valiosa. É um olhar de misericórdia, olhar que restaura e dá vida. Olhar de Jesus.

Conheço pessoas que são possuidoras desse tipo de olhar. Elas refletem somente a sua vida em Deus.

Que o Senhor nos dê a graça do olhar de garimpeiro! E tudo será luz.

Antonio Luiz Macêdo

sábado, 11 de junho de 2016

A Oração dos simples



Não sou da opinião de muitos, que consideram o Terço como uma oração repetitiva e enfadonha. Mas vou muito mais além e afirmo sem medo de errar, que o Terço é a oração dos simples, daqueles que nem sabem ler.

Nessa ‘escola de contemplação e de silêncio’ – no dizer de Bento XVI – “os sábios e entendidos” não se matriculam, porque a sua cultura e sabedoria não comportam a simplicidade.

O Terço constitui uma oração completa. Nela professamos a nossa fé; glorificamos a Trindade; rezamos a oração de Jesus; rezamos a oração de louvor do Pai à sua filha dileta, que é Mãe carinhosa do Filho, e Esposa Amantíssima do Espírito Santo; chamamos a Mãe de Deus de Rainha; e pedimos 53 vezes que ela interceda por nós ‘agora e na hora de nossa morte’.

Intercalamos cada dezena com a contemplação dos Mistérios da Vida de Jesus: Gozosos, Luminosos, Dolorosos e Gloriosos.

Por conseguinte, o Terço é uma Oração Bíblica na sua essência. Tem Jesus como centro e Maria como intercessora. E aqui que se dá o cumprimento do que o povo simples consagrou: ‘Pede à Mãe que o Filho atende’.

Antonio Luiz Macêdo

sexta-feira, 10 de junho de 2016

“Quebrei a cara. E agora?”



“Levanta, sacode a poeira, e dá a volta por cima” – diz a música. E é isso mesmo. Agora é tempo de restaurar os “cacos”.

Quando um vaso de grande valor quebra, aquele que o possui vai tomando os pedaços e, pacientemente, realiza o trabalho de reconstrução. Um pouco de cola ali, um pouco aqui, outro acolá... E depois de um tempo temos os “cacos” em seus devidos lugares, neste quebra-cabeças difícil de construir.

Mas ficaram as marcas. Elas sempre ficam para relembrar a queda. Tratam-se de sinalizadores de alerta. Vendo as marcas, pode-se prevenir a queda.

Por isso, não murmure, não reclame, não maldiga as marcas de suas quedas. Elas fazem parte integrante de sua história.

“Em todas as circunstâncias daí graças” – diz São Paulo. Dê graças, portanto, porque você “quebrou a cara”; e muito mais ainda, porque na escola das quedas – que é escola de vida - a gente aprende a não permanecer no chã; levanta-se juntando os “cacos”, para rejuntá-los depois, com a ajuda de Deus.

Antonio Luiz Macêdo

quinta-feira, 9 de junho de 2016

“Eu pedi tanto e Deus não me ouviu!’



Deus sempre ouve as nossas orações, os nossos pedidos. É Jesus quem nos diz: ‘Pedi e recebereis’. É promessa. É fato. É verdade. O que acontece é que a sua maneira de atender-nos, difere imensamente da maneira que almejamos ser atendidos. Esta é a única e grande diferença.

Ou você pensa que ao pedir a Deus um pão, Ele lhe dará um pão? Pode dar ou não. Depende de sua maior necessidade naquele instante. Se a pedra lhe for muito mais útil, a pedra virá. Deus é Pai, não é paternalista. Deus cuida de você, desde que você faça a sua parte. Quem sabe se a sua parte naquele momento não era ‘dinamitar’ a pedra, vender a brita, e com o dinheiro adquirido, comprar o pão? Quem sabe se Deus não queria que você descruzasse os braços, saísse do comodismo, e partisse para a luta? Ele quer preservar a sua dignidade. Ele quer dizer: ‘Você pode. Você tem condições. Você é meu filho, minha filha’.

Eu digo a você: ‘Nunca deixe de pedir ao Senhor. Peça pão, peixe, ovo, o que você quiser. Peça insistentemente. Saiba, todavia, que se o Senhor não lhe der o que pediu, Ele deixou de escutar a sua súplica. Não. Ele ouviu a sua oração, mas lhe atende de acordo com a sua necessidade. Mais do que Deus, Ele é Pai’.

Antonio Luiz Macêdo

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A arte de orar



Quando me perguntam se orar é fácil, eu digo que não é. Mas ao mesmo tempo eu digo que pode ser.

A leitura orante da Palavra de Deus ou Lectio Divina, nos leva a uma intimidade mais profunda e simples com o Senhor.

À semelhança de uma escada, essa modalidade de oração apresenta-se com quatro degraus: Leitura – Meditação – Oração – Contemplação.

Escolha um cantinho sossegado. Peça a ajuda do Espírito Santo. Silencie a sua alma. Tome uma das leituras do dia, seu caderno de anotações, a caneta e...

Leitura – Lenta, sem pressa. Uma ou mais vezes. Responda pra você: ‘O que o texto fala?’
Meditação – Com a imaginação - e de olhos fechados – percorra as cenas, “entrando’”nelas. Responda pra você: ‘O que o texto me fala?’ (é o que mais lhe tocou). Esta é a Palavra do Dia que você deve viver.
Oração - Agradeça, peça, suplique, louve, glorifique o Senhor. É a sua resposta ao Deus que lhe falou primeiro.
Contemplação – Aqui as palavras calam. Silencie. Entregue-se, e adore. “Derrame” o seu coração no coração do Senhor.

Pronto! Agora é só vivenciar o que Deus lhe falou. “Qual o fruto mais saboroso dessa oração?” A transformação pessoal. Quem orar, verá!

Antonio Luiz Macêdo

terça-feira, 7 de junho de 2016

“Pensava que a felicidade eu levava no bolso”



Onde está a felicidade? Com certeza para um catador de lixo, a felicidade se encontra no aterro sanitário; para o sertanejo, na roça de milho e feijão; para o pobre, na sua choupana de palha; para os ricos, nos palácios e no seu dinheiro (eles pensam que a felicidade mora no bolso).

Ledo engano! Porque o aterro, o roçado, a choupana, os palácios e o dinheiro passam, e com eles a ‘felicidade’. A Felicidade, porém, nunca há de passar, apesar de estar em nós, morar em nós e viver em nós. Não é uma questão de ‘ser’, e muito menos de ‘ter’: é uma questão de Fé. FE-licidade.

A felicidade é um tesouro que não se leva no bolso, porque ela mora na alma, no coração. É aí o seu lugar. Jamais a encontraremos fora de nós.

“O que fazer para encontrá-la?” Recicla o lixo de tua vida; planta sementes de esperança em teu coração; transforma as palhas da choupana em telhas de vidro; constrói palácios de sonhos. Quanto ao dinheiro... Basta que nunca digas: “Pensava que a felicidade eu levava no bolso”.

Antonio Luiz Macêdo

segunda-feira, 6 de junho de 2016

“Não tenho mais forças...”



Se você ainda não tinha conhecimento, saiba agora. Quando durante uma luta de boxe, o treinador percebe que o seu boxeur está sendo massacrado pelo adversário, atira a toalha sobre o tablado, num gesto altamente significativo, que se traduz na frase: “Somos perdedores”.

Durante as lutas da vida, quando sentimos que as forças nos faltam pelos insucessos sucessivos na busca de uma solução, e os adversários nos massacram ao ponto de nos sentirmos morrer, o Nosso Treinador não joga a toalha, muito pelo contrário, Ele nos toma no colo e cuida de nossas feridas.

No momento em que exclamamos: “Não tenho mais forças”, nos rendemos, reconhecendo a nossa impotência e dependência de Deus. Jamais poderemos repetir com o boxeador: “Somos perdedores”; pois não o somos. Proclamaremos, sim, a nossa vitória, pois somos mais que vencedores”.

Reconhecermo-nos impotentes diante das lutas do dia a dia – e lutando determinadamente para vencê-las – constitui o primeiro passo rumo à vitória. Porque se Deus é por nós, quem será contra nós? Quando sou fraco, então é que sou forte”.

Antonio Luiz Macêdo

domingo, 5 de junho de 2016

palavras... e Palavras



Existe um número considerável de frases negativas, que se incorporou ao dia a dia das pessoas, e que são verbalizadas habitualmente.

O poder dessas palavras é destruidor. Quem as usa não se dá conta do perigo eminente pelo qual está passando.

“É isso mesmo”; “Não tem jeito”; “Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”; “Pior do que isso não pode ficar”; “Não posso fazer nada”; “Estou perdido”; “Vou mais ou menos”; “Além de queda, coice”; “Estou numa sinuca de bico”; “Estou num beco sem saída”; “Quebrei a cara”; “Entrei numa fria”... E tantas outras.

Você que se insere nesse contexto, reeduque-se, formando novo hábito de comunicação. Troque essas frases por outras que constroem a sua vida e os seus relacionamentos. “Graças a Deus”!; “Vai dar certo”; “Eu acredito nisso”; “Deus não desampara”; “Tudo bem”; “Deus sabe”; “Deus tarda, mas não falta”; “Deus é fiel”.

E assim será. Estas palavras têm o poder de edificar, de construir. Portanto, seja um edificador de você mesmo. Mude de hábito! Deixe as palavras e acolha as Palavras.

Antonio Luiz Macêdo