ENFRENTAR A VIDA - LIVRE E DE PEITO ABERTO - DEVE SER A META DE TODOS NÓS CRISTÃOS. (O Aprendiz)







sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Marcas que não deixam marcas



Sebastiana Quebra-Galho” é um livro bastante original e curioso, porque trata de inúmeros assuntos referentes ao trato das coisas do lar. Poderíamos denominá-lo de “o Manual da Dona de Casa”.

Em um dos seus tópicos encontram-se “receitas” de como remover manchas.
▪ Cola – creme de limpeza.
▪ Gordura – algodão embebido em aguarrás.
▪ Sangue – água oxigenada.
▪ Tinta – mistura de álcool e vinagre em partes iguais.
▪ Bebida – borra de café.
▪ Café – água morna e glicerina.
▪ Ferrugem – mistura de sal e limão.

Essas marcas ou manchas - segundo o livro - não deixam marcas. No entanto, ele não menciona nada a respeito das marcas que deixam marcas. E elas existem, e mancham profundamente a alma e o coração, de mágoa, rancor e ressentimento. O que fazer então?

Jesus tomou sobre si todas as nossas marcas e manchas, lavando-as com o seu sangue precioso derramado na cruz. Somente esse sangue tem o poder e a força para remover as marcas do desamor. Deixemo-nos, portanto, ser lavados por ele – o tira-marcas total.

Apenas uma marca ele não consegue apagar: a marca de filhos de Deus gravada pelo Espírito Santo em nosso coração, no dia do Batismo. É marca indelével. É a marca do Senhor.

Antonio Luiz Macêdo

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O ramo da videira

A videira não é uma árvore qualquer. Sua exigência se manifesta desde o preparo da terra até a colheita dos frutos. Por conseguinte, não é também qualquer agricultor que se arrisca no cultivo de tão imperiosa planta, sob pena de pagar caro pelo seu desconhecimento e ingenuidade.

Afora clima, plantio, adubação, irrigação e colheita, o que mais nos chama a atenção é o processo de poda. A videira suporta três tipos: poda de formação, de produção, e poda verde. Os ramos, os brotos e as folhas em excesso são cortados para que possam produzir mais fruto.

Assim também acontece em nossa vida. As podas sucedem-se de acordo com a vontade do Agricultor. Muitas vezes precisamos ser formados em determinada área do nosso ser, então ele envia a poda de formação. Outras vezes é necessidade dele que produzamos mais frutos, e vem a poda de produção. E quando o orgulho aponta querendo sufocar a sua ação, não tarda a poda verde, revelando os cachos de uva escondidos entre as folhas.

Se o ramo suporta as podas e não desgruda da videira, algo maravilhoso se realiza. Cumpre-se nele a promessa de Jesus que reacende a esperança e a certeza no seu coração provado e aprovado pela dor: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito”.

Nunca esqueça: você é o ramo da videira.

Antonio Luiz Macêdo

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Divisões que subtraem



São Paulo já no seu tempo fazia uma admoestação severa aos cristãos: “Não haja entre vós ciúmes, contendas, rixas, inveja...”, porque ele sabia que tudo isso, e muito mais, constituía fonte inesgotável de divisões entre a comunidade. Havendo divisão há uma quebra de unidade e a COMUM-UNIDADE torna-se in-comum.

Atravessamos um momento desses, pela não vivência das palavras paulinas. Duas pessoas que se respeitam e se amam, desentendem-se de uma hora para a outra, abrindo uma chaga de mágoa e rancor que sangra e banha toda a Comunidade. E a Comunidade sofre, os membros sofrem, a Igreja sofre. Se é verdade (e é), que “o amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, este é o tempo do Amor, do Perdão, da Reconciliação para ambas. Sabe por quê?

Existem duas passagens no Evangelho (João e Marcos), em que há apenas um tipo de divisão que soma, multiplica e jamais retira, desfalca, subtrai: é a divisão da SOLIDARIEDADE. Solidariedade traduzida em compaixão e misericórdia, que se revestem do Amor que fortalece, do perdão que renova e da humildade que resplandece, brotados da fenda do peito de Jesus, e derramados como sangue e água sobre nós.

Por conseguinte, a Solidariedade (e não a dureza de coração) é que há de restabelecer a Unidade quebrada. E o melhor remédio é o abraço, onde ambas serão contidas.

Antonio Luiz Macêdo

sábado, 24 de setembro de 2016

A ovelha do Pastor



Chamou-me a atenção uma pintura que representa o Bom Pastor carregando em seus braços uma ovelha com a pata enfaixada. E me perguntei: “Por que essa ovelha?”

Longe do rebanho e sem direção, o Pastor permitiu essa quebradura para que, impossibilitada de retornar, ele fosse ao seu encontro e a enfaixasse, tomasse em seus braços, abraçasse de encontro ao peito, cuidasse de suas feridas, até que sarassem. E depois de sentir o cheiro do Pastor, ouvir a sua voz, ser sensível ao seu toque, mesmo fora dos seus braços, ela jamais o deixará.

Essa ovelha é você. A quebradura que atingiu tão bruscamente a sua vida, não passa de um sinal de Deus para que você se deixe encontrar por ele. Não resista a esse encontro. Ele quer cuidar de você; aliás, ele tem cuidado de você sempre, sempre, mas seu coração não quer ver. Deixe-se cuidar por Jesus! É ele que colocará as ataduras embebidas no bálsamo da misericórdia sobre as suas machucaduras. Depois o tomará em seus braços, e retornará com você para o redil.

E aí, vencidas todas as resistências pelo Amor Maior, você terá como refúgio os seus braços; como descanso o seu peito; como aconchego o seu abraço; e terá como acolhida o seu olhar. Então  compreenderá que as quebraduras e as machucaduras da vida são necessárias, e bendirá o Senhor por cada uma delas. “Em todas as circunstâncias daí graças”.

Antonio Luiz Macêdo

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A respeito do céu



Um jovem aproximou-se do velho monge e o questionou com algumas perguntas. “Qual o tamanho do céu?”
O céu apresenta as dimensões da sua fé, da sua esperança e do seu amor - respondeu o monge.

“E onde ele se encontra?”
-Ele não se encontra, ele está. E está onde você menos procura, porque você não acredita nem espera que ele esteja.

“Em quanto tempo farei o percurso?”
-O tempo e o percurso dependem de cada um. Às vezes o percurso torna-se maior que o tempo; outras vezes é o tempo que conta.

“Qual a sua cor?”
-Somente os olhos espirituais são capazes de traduzi-la. O espectro de sua luz é ilimitado.

“Mestre, mostre-me o caminho!”
-O caminho é de descida; portanto, não se alcança o céu subindo.

“Como alcançá-lo então?”
-É muito simples: basta querer. A sua caminhada é a sua direção; o silêncio é a fala e os desapegos, a oração.

“E quando eu o atingir?”
-Então será a vitória completa, porque a caminhada apontou para o Essencial que há dentro de você.

O que queres dizer?”
-Você é templo da Trindade, e o céu está em você.

Antonio Luiz Macêdo

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Cruzes que matam por dentro



Eu compreendo a dor de vocês. É uma dor diferente que tritura e dilacera o coração. E esta não é a hora de perguntar o “porquê” nem o “para que”. A realidade dura é que o filho que  amam está nas drogas; e a menina tão meiga e linda, na prostituição.

Na verdade, ambos estão crucificados. Essas cruzes que matam por dentro têm o poder destruidor de mísseis de longo alcance que dizimam não somente as vítimas, mas toda a família.

E vocês perguntam desesperados e desesperançados: “O que faremos? Como agir? A cruzes estão pesadas demais! Não temos forças.”

Há uma mãe que soube encontrar a fonte para a renovação de suas forças. Ela se pôs em pé aos pés da cruz do Filho. Ela é a Mãe de vocês e de seus filhos crucificados. Da cruz do Filho emanam a força e a esperança de uma restauração.

“Deus só faz aquilo que não podemos fazer”. Portanto, a parte de vocês, como pais, consiste em ajudá-los a descer da cruz. A cruz do papelote, da pedra e do pó; a cruz da prostituição do templo do Espírito Santo.

A bomba mais potente do universo encontra-se dentro dos seus corações de pais, e é constituída de bilhões de megatons de amor. Deixem que eles expludam e lancem os estilhaços no coração dos seus filhos. E o Espírito – que é Amor – os reconstruirá.

Antonio Luiz Macêdo

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Por que temer?



SE DEUS DIZ:
Nada temas, estou contigo. Eu te abençoarei. (Gn 26,24)
Estou contigo, para te guardar onde quer que vás. (Gn 28,15)

Vai, pois, eu estarei contigo. (Ex 4,12)
(Êxodo 25,22)

Ali virei ter contigo. (Ex 25,22)

Minha face irá contigo, e serei o teu guia. (Ex 33,14)
O Senhor teu Deus está contigo, e nada te faltou. (Dt 2,7)
E estarei contigo. (Dt 31,23)

Sê firme e corajoso. Não te atemorizes, não tenhas medo, porque eu, o Senhor, está contigo em qualquer parte para onde fores. (Js 1,9)

Assim estarei contigo. (Js 3,7)

Estive contigo em toda parte por onde andaste. (II Sm 7,9)
Nada temas, porque estou contigo. (Is 41,10)
Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. (Is 43.2)
(Isaías 43,5)

Fica tranquilo, pois estou contigo. (Is 43,5)
Não deverás temê-los porque estarei contigo para livrar-te. (Jr 1,8)

Porventura eu sou Deus apenas quando estou perto? Não o sou também quando de longe? (Jr 23,23)
Não o temais - oráculo do Senhor -, porque estou convosco para salvar-vos e livrar-vos de suas mãos. (Jr 42,11)

POR QUE AINDA DUVIDAS NO TEU CORAÇÃO, DO QUE O SENHOR SERÁ CAPAZ DE REALIZAR NA TUA VIDA? “NÃO TEMAS. CRÊ SOMENTE”.

Antonio Luiz Macêdo

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Filhos da Mãe



Não há como recusar um presente. No mínimo, nesse gesto de inaceitação, manifesta-se uma indelicadeza visível e uma tremenda falta de educação.

E quando se trata de rejeitar, de não admitir o presente que nos foi dado por Jesus, nos últimos instantes de sua vida? Do alto da cruz ele nos doa aquela que lhe gerou a vida: “Filho, eis aí a tua mãe”.

Rejeitar a mãe de Jesus é rejeitá-lo também. É rejeitar o Pai que a escolheu e a preservou do pecado, desde toda a eternidade, para que fosse a Mãe Imaculada do seu Filho. Rejeitar Maria é rejeitar o Espírito Santo que a engravidou, fazendo-se assim o seu amantíssimo esposo. Como não aceitar a filha dileta do Pai, a mãe carinhosa do Ficho e a esposa amantíssima do Espírito Santo?

Graças a Deus, nós católicos, somos filhos da Mãe. E como discípulos de Jesus cuidamos carinhosamente dela. Levamos a Mãe até nossas casas, porque o discípulo acolhe as palavras do Mestre.

Infelizmente alguns não dão ouvidos à Palavra do Senhor, e por isso continuam órfãos. Órfãos da Mãe, e privados da intercessão e da ajuda daquela, de quem Jesus disse: “Ela não é bendita porque o seu ventre me gerou e os seus peitos me amamentaram; ela é bendita, sim, porque ouviu a palavra de Deus e a pôs em prática”. Como recusar tão belo presente? Eu sou filho da Mãe.

Antonio Luiz Macêdo

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Irracionalidade dos racionais



Antropológica e filosoficamente falando, o ser humano foi criado por Deus trazendo gravadas na alma, duas dependências: sujeição ao Criador, e sujeição à criatura – “não é bom que o homem esteja só”. De forma simples e concisa isso quer dizer: necessitamos de Deus e das pessoas.

Se Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – não se basta a si mesmo, que irracionalidade pensarmos e agirmos como se auto-suficiência nos fizesse bastar-nos a nós mesmos! Pobres mortais!

Deus é a nossa necessidade maior. São Paulo nos diz que “nele vivemos, nos movemos e existimos”. Quem somos sem Deus?

O relacionamento inter-pessoal é causa da segunda necessidade. Não fomos criados ”à imagem e semelhança de Deus” para vivermos isolados do mundo e dos que nos cercam. Deus é uno e trino, no sentido de despertar em nós a consciência da comunhão recíproca. Sabe por quê? O amor não sobrevive sem relacionar-se; ou melhor, ele nem existe.

Faz-se necessário que nos despojemos dessa irracionalidade, e assumamos em nossas vidas a necessidade de sermos necessitados, dependentes. Somente assim o Senhor nos “capacitará para toda boa obra”. Alegremo-nos, sabendo que a nossa insuficiência contém dentro de si a suficiência. E esta nos basta.

 Antonio Luiz Macêdo

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Palavras de sabedoria



Uma jovem mãe, grávida de dois meses, chega ao consultório médico trazendo pela mão o filhinho de cinco anos. Senta-se, olha fixamente nos olhos do médico, e exclama: “Doutor, vim fazer o aborto. Sou pobre, não tenho condições de criar o Andrezinho, quanto mais esse outro, ou essa outra. Sei lá”. “Muito bem” – disse o médico. E continuou. “A senhora quer o aborto porque não tem condições de criar o Andrezinho? Então é isso mesmo? E quem está na sua barriga tem culpa de quê?” Ela respondeu: “De nada. Mas eu quero abortar”. Doutor Carlos retomou: “Se a questão é a falta de condições, então vamos matar o Andrezinho. É ele a causa de sua falta de condições. A senhora já fez as contas do “prejuízo” que ele lhe dá com alimentação, roupas, colégio, medicamentos, brinquedos?  Quem está aí dentro não lhe dá despesa nenhuma. E por que essa pessoinha é que tem de morrer?”

As palavras do médico tocaram profundamente o coração daquela mãe. Condoída em suas entranhas e com a face banhada em lágrimas, põe Andrezinho no colo. Então, olhando dentro dos seus olhinhos inocentes, diz com a voz entrecortada: “Filho, você vai brincar muito com o bebê que vai chegar”.

Menos um assassinato, mais uma vida, graças às palavras de sabedoria de um médico cristão.

Antonio Luiz Macêdo

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Aborte o aborto



Há alguns meses está sendo veiculado na internet o depoimento testemunhal de Gianna Jessene, uma americana de Los Angeles, sobrevivente de um aborto.

Aos sete meses de gestação sua mãe optou por um “aborto salino”. Nesta técnica, uma solução salina é injetada no ventre, e o bebê é queimado por dentro e por fora, sendo expulso 24 horas depois.

A mãe de Gianna (17 anos) apregoava que o aborto era um direito das mulheres. Como dona do seu corpo, poderia servir-se dele da maneira que quisesse. Ela não contava, porém, com o milagre: a sobrevivência da filha.

Hoje, aos 28 anos, Gianna carrega por toda a vida as seqüelas neurológicas e físicas irreversíveis, do hediondo crime.

No decorrer de sua fala, dirigindo-se aos abortistas , aborteiros e feministas, questiona-os: "Se o aborto é um direito das mulheres, quais são os meus direitos? Não existiam protestos feministas contra o fato dos meus direitos estarem sendo violados no dia em que a minha mãe me abortou."

Diante do exposto, se você ainda é a favor do homicídio doloso, portanto, homicida em potencial, aborte o aborto do seu coração, antes que a vida lhe aborte.

Antonio Luiz Macêdo

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Self-service espiritual


Diferentemente do “a la carte”, no restaurante self-service nos servimos a nós mesmos, escolhendo os alimentos e a quantidade. Pagamos pelo peso.

Existem pessoas que tratam a Bíblia como se fosse um self-service. Escolhem aquilo que é da sua conveniência, na medida desejada, para se defender, atacar ou justificar-se.

A Palavra de Deus é o alimento; e não um alimento. “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Por conseguinte, a escolha é do Espírito Santo, não é sua. Você não pode servir-se, a seu bel prazer, desse alimento. O próprio Espírito é quem o serve.

E qual a sua atitude? Uma atitude de acolhimento àquilo que o Senhor lhe fala; e à luz do Entendimento, vivenciar o desejo de Deus, a sua vontade.

Quando isso se fizer, o alimento haverá de saciar o seu coração e a sua alma. Então, o self-service espiritual finalmente perderá sua razão de ser.

Antonio Luiz Macêdo

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Incomodar para desacomodar



Existem determinadas situações que produzem certo incômodo. Sentimo-nos mau, nos inquietamos, porque elas mexem com a gente, nos sacodem por dentro. Você sabe muito bem do que estou falando. Às vezes geram-se  sentimentos de revolta que nos impelem a uma reação. E somos desacomodados.

Desacomodar-se é sair do comodismo, é deixar o que é cômodo para atender o incômodo.

A Palavra de Deus contém esse desafio. Ela é questionadora. “Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração”.

Por isso ela nos incomoda. E quando essa inquietação é detectada pelo consciente, refletida pela inteligência e acolhida no coração, o processo de conversão tem um início promissor.

Quanto mais você for incomodado, melhor. Esse é um sinal maravilhoso da presença de Deus na sua vida. Ele incomoda você para desacomodá-lo, para desacomodá-la. E não pense que ele vai parar de agir assim. É dessa forma que ele trabalha com os seus escolhidos. Saiba que ele nunca vai lhe deixar em paz, mas com certeza, ele lhe deixará a paz.

Que você seja sempre incomodado, incomodada por Jesus. É a minha oração.

Antonio Luiz Macêdo