Hoje
é um daqueles dias que você acordou e levantou à força. Aquela tristezinha
inicialmente miúda vai ganhando corpo, tomando espaço, e logo vem o desânimo, a
falta de coragem, a ansiedade, o medo, a angústia, a solidão... E, finalmente,
a depressão possui você. E aí?
Há
dois caminhos à sua escolha: o caminho do lagarto ou o caminho do passarinho.
Em
tempos de inverno, onde a paisagem imprime marcas de melancolia em toda a
natureza, o lagarto refugia-se na toca por um período de seis meses. É o
sono da fuga, da acomodação.
Nas
mesmas circunstâncias um pássaro corta o céu trinando a sua melodia, e perde-se
no azul salpicado de nuvens brancas, revelando-nos o contraste gritante entre o
seu tamanho e o tamanho do céu.
Nesse
momento em que tudo parece cinzento, você
pode pegar carona no rabo do lagarto e
entocar-se, e consumir-se por dentro; ou pode pegar carona nas asas do
passarinho e voar, voar, voar, desvendando o mistério da diferença entre o
finito e o infinito, e percebendo que a grandiosidade de Deus ultrapassa em
muito, a “grandeza” de sua ansiedade,
de sua angústia, de sua tristeza.
Por
conseguinte, a carona nas asas do passarinho tornar-se-á o melhor remédio.
Antonio
Luiz Macêdo
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