Com
essa frase sintética, aquele homem aproximou-se de alguém que parecia familiar,
ou amiga muito próxima. Após um longo abraço – mais de consolo do que de
aconchego – fitou-a nos olhos e repetiu com certo ar de vitorioso: “Como
suportei tudo isso?”
Durante
o período de dois anos havia perdido os pais – acometidos de câncer; e no ano
seguinte, num desastre de automóvel, perdera a esposa e a filhinha.
“Eu
quase que enlouqueci. A vida perdeu todo o sentido para mim. Tudo era
escuridão, não havia uma réstia de luz sequer. Meus passos eram vacilantes;
minhas decisões inseguras; meu medos, visíveis e palpáveis; os sentimentos e
emoções engoliam avidamente o meu racional. Era apenas um vivo-morto”.
“Faz
um ano de tudo isso – continouou - e eu ainda não sei como suportei tudo isso. Sei que a dor, a saudade, as lutas, as
lágrimas, foram muitas, foram demais. Só não sei como suportei tudo isso.”
Ela
quebrou o silêncio: “Eu sei como suportou. Porque você tudo pode naquele que
lhe fortalece. “Tudo posso naquele que me fortalece? E quem é aquele que me
fortaleceu”? Ela o fixou nos olhos e disse: “Deus”. “Não o conheço e nunca o
conheci”. – foi sua resposta.
“Não
importa. O mais importante é que ele conhece você, e porque o conhece, o ama do
jeito que você é, e porque o ama cuida muito bem de você. Ele nunca o deixou
nem o deixará sozinho. Foi dele que veio a sua força”. Uma lágrima caiu.
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